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Doação de órgãos e tecidos ainda é tabu entre as famílias

Nesta quarta-feira, 27 de setembro, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, no mês dedicado a reforçar a conscientização da população sobre a importância do gesto para ajudar a salvar a vida de pessoas doentes, o Setembro Verde. Mas no meio familiar pouco se fala sobre o assunto, que merece maior destaque na sociedade desde que o Brasil assumiu a doação consentida, no ano 2000.

A carteira de identidade já não traz a informação sobre a vontade de o portador ser um doador, quem vai decidir é a família da pessoa falecida. O diálogo sobre o desejo de doar deve ser mantido com os familiares mais próximos, como o marido e a esposa, o pai e a mãe, os filhos. É no momento da dor pela perda que eles serão questionados sobre a autorização para a realização do procedimento de captação de órgãos e tecidos para transplantes e precisam estar convictos sobre a vontade do ente querido e decidirem pelo gesto tão nobre.

Em 2012, Lidiane Oliveira, 36 anos, autorizou a doação das córneas, fígado e rins da sobrinha de 18 anos, que morava com ela, e sofreu um acidente automobilístico numa rodovia no nordeste do estado. Os exames apontaram traumatismo craniano, com morte encefálica uma semana depois. “Pouco sabia sobre isso e até ignorava mesmo, é uma decisão que deve ser tomada na hora de grande tristeza, mas conforta saber que os pais dela e eu ajudamos a salvar outras pessoas”, disse Lidiane.

À época, as córneas tiveram como receptoras uma jovem de 22 anos e uma idosa de 70 anos residentes em Belém. Um menino e uma menina, ambos de 12 anos, que residiam em Santarém, no Baixo-Amazonas, ganharam os rins. Já o fígado seguiu para uma pessoa em São Paulo, que estava na vez da fila única do sistema nacional. Uma perda transformou-se em esperança para várias famílias.

No país, as instituições que realizam captação de múltiplos órgãos e tecidos para transplante possuem uma Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Essa comissão multiprofissional atua na busca de um possível doador. Desde 2001, a comissão existe no Ophir Loyola e segundo explica o médico e coordenador Jair Graim, exige equilíbrio emocional para cumprir a missão da abordagem à risca.

“Diria que não é fácil, pois nos deparamos com o momento mais triste da vida, a morte. Todos nós temos família, portanto não estamos incólumes. Mas em seguida vem o sentimento do dever, imaginar que com a doação muitas outras vidas poderão ser salvas ou ter uma melhor qualidade de vida. Nesse momento paira o sentimento de contentamento por poder ajudar outras famílias”, ressalta.

Segundo ele, após a comissão ser informada pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que existe um paciente em morte encefálica e que foi aberto o protocolo, dirige-se até a família a fim de acolhê-la. Somente depois é feita a apresentação e a pergunta sobre o interesse em ouvir sobre doação para transplante.

“Em caso positivo, informamos sobre tudo a respeito do processo de doação/transplante, de quantas pessoas serão beneficiadas. Explicamos também todos os trâmites para realização de captação de órgãos e tecidos para transplante. Nada pode passar sem ser do conhecimento dos familiares. É transparência total, tanto que alguns desistem no meio do caminho e ainda assim a vontade é respeitada”, informa o médico.

A equipe passa por atualizações contínuas, debates com grupos mais experientes do resto do pais. Os treinamentos trazem situações limites, inclusive com a participação de atores para dar autenticidade ou verossimilhança. Criam-se dramas muito semelhantes com o que se deparam no dia a dia: de desespero, choros, de frustrações. “Nem sempre a tentativa de conseguir a autorização tem sucesso”, lamenta Jair Graim.

As comissões estão subordinadas à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Estado do Pará (CNCDO), que é vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A comissão é integrada ao Sistema Nacional de Transplante (SNT), que é ligado ao Ministério da Saúde (MS). Para atuarem devem estar intimamente afeitas à legislação vigente sobre transplante de órgãos e tecidos no País, a qual tem um capítulo voltado só para essas entidades.

Serviço:
O Ophir Loyola atua na realização de transplantes e captação de órgãos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Pará, pode-se doar córneas, rins, fígado e coração. As córneas ficam no Banco de Olhos do HOL e, assim como os rins, ficam sempre em Belém. O coração é enviado para o Banco de Válvulas Cardíacas de Curitiba e o fígado é enviado para a Central Nacional de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, e os receptores são localizados por meio de um sistema nacional.

Fonte: Agência Pará

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